A universidade confere três graus acadêmicos a seus alunos: graduados (bacharel ou licenciado), mestre e doutor. Enquanto a formação dos graduados se faz com base no ensino, em aulas e seminários (mas também na atividade em laboratórios e outras práticas que visam a formar as habilidades do futuro profissional), e prepara para o exercício de profissões (em especial das chamadas “profissões regulamentadas, como o advogado, médico, o engenheiro civil, o bibliotecário, etc.), o mestrado e o doutorado têm por função formar professores universitários e pesquisadores, e por isso baseiam-se muito mais na pesquisa que leva à redação, apresentação e defesa de uma dissertação (no caso do mestrado) ou de uma tese (no caso do doutorado). A primeira função do mestrado, portanto, é preparar pessoas para o exercício da docência na universidade. Se seu sonho é ser professor universitário, o mestrado é para você, obrigatoriamente!
Mesmo pessoas que não querem ser professores universitários se beneficiam do mestrado. Em primeiro lugar, porque ele ensina as pessoas a pensar criticamente, a distinguir o conhecimento válido da opinião sem fundamento, a organizar o próprio pensamento e a expô-lo de maneira clara e objetiva, e isso é útil para qualquer profissional. Além disso, o mestrado confere autoridade ao detentor do título, o que representa um diferencial significativo no mercado de trabalho. Talvez por isso, há muito estudos que comprovam que mestres e doutores recebem substancialmente mais do que pessoas que concluíram apenas o ensino médio ou a graduação.
O mestrado também pode ser a oportunidade de se mudar de campo de conhecimento, já que, na maioria das vezes, não é pré-requisito que alguém tenha se graduado em uma área para realizar o mestrado nela (assim, uma pessoa formada em Medicina pode cursar um mestrado em História, um historiador pode cursar um mestrado em Psicologia e um psicólogo pode cursar um mestrado em Relações Internacionais).
Apesar de o título de mestre não ser requisito formal para se cursar um doutorado, é usual que as pessoas primeiro obtenham o título de mestre (geralmente em dois anos) e depois o de doutor (em quatro anos), porque uma tese exige mais do candidato do que uma dissertação (enquanto esta visa a explorar um tema a partir de um estado da arte, recolhendo e organizando o que os outros escreveram sobre ele, uma tese se caracteriza por uma inovação, um incremento cognitivo, que se consubstancia em apresentar uma descoberta material, um desenvolvimento conceitual ou um desenvolvimento metodológico novos). Isso significa que espera-se de uma dissertação que o seu autor conheça o que os outros escreveram sobre o tema, enquanto de uma tese se espera que seu autor diga algo que ninguém ainda disse sobre o tema.
Para quem deseja cursar um mestrado, é preciso ficar de olho na publicação dos editais das instituições escolhidas (eles costumam ser publicados em julho, outubro ou fevereiro), porque ficam abertos para inscrições por um período curto, de apenas um mês.
Além de estudar os temas estabelecidos para o teste de seleção, o candidato deverá apresentar um projeto de pesquisa e fazer uma prova de língua estrangeira, que demonstre capacidade para ler textos nela (geralmente inglês ou francês ou espanhol ou italiano ou alemão, e muitas vezes essa proficiência pode ser demonstrada depois do ingresso no curso de mestrado). Quem quer passar em um mestrado deve sentar-se e estudar muito (o órgão da inteligência não é o cérebro, mas a bunda!).
Existem mitos de que os professores de uma instituição só selecionam alunos egressos da graduação daquela instituição, mas isso é falso (o que ocorre, na verdade, é que esses alunos já conhecem a pesquisa dos professores e, por isso, apresentam projetos mais adequados às pesquisas docentes, mas isso pode ser resolvido cursando-se disciplinas isoladas no mestrado em que se pretende ingressar e/ou pesquisando as dissertações elaboradas naquele mestrado e as publicações de seus professores, informações disponíveis na página da internet do Programa).
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